Confira depoimento da primeira peregrina com necessidades especiais e fazer o CS

Sou amputada da perna direita desde 2006; perdi este membro inferior em um acidente de moto, chegando em casa, em Florianópolis onde moro desde que nasci. Como educadora física, eu poderia ficar em casa vendo a vida passar na frente de uma televisão, conformada em uma cadeira de rodas (as vezes muito útil) ou levantar a cabeça, o corpo e ficar de pé, fazendo a vida acontecer. Decido por esta.
Participei de várias modalidades de esportes adaptados para desporto de amputados como atletismo, arremesso de peso e disco, lançamento de dardo, aqui, defendendo o município de São José na grande Florianópolis. Já tênis de campo, disputei por Florianópolis. Na modalidade de handebol fiz parte das equipes de Itajaí no Campeonato Catarinense, e Cascavel e São Paulo nos campeonatos Brasileiro, Sul Americano e Mundial.
Mas, houve um tempo que cansei. Cansei de ficar sentada em cadeiras de rodas resolvi realizar meu sonho, que era de caminhar. E não contentei com pouco. Depois que comecei a caminhar, fiz duas vezes o caminho de Santiago da Compostela nos anos de 2017 e 2019. Depois, fiz a Rota dos Tropeiros em três ocasiões, o caminho do Vale Europeu duas vezes, estes em Santa Catarina, e o Caminhos de Caravaggio, na serra gaúcha. Tudo isso com a facilitação do querido amigo Guido Becker, da Estoril Caminhos.
De 10 a 16 de junho de 2022, fiz, pela primeira vez, com outros 19 peregrinos, o Caminho Sagrado a mais recente trilha de peregrinação do Brasil, localizado no sul de Santa Catarina. Sete dias caminhando 175 km. Pernoitando em Criciúma, Nova Veneza, Treviso, Urussanga, Pedras Grandes (Azambuja), Morro da Fumaça, Içara e fechando o circuito voltando ao ponto de partida, no Oikos, em Criciúma. Além destes municípios, ainda atravessamos outros três: Siderópolis, Treze de Maio e Forquilhinha.
O Caminho Sagrado, pra mim, foi emocionante. Mais ainda porque durante a peregrinação era dia do Espírito Santo. Magnífico. E a passagem pelos dois santuários, de Caravaggio, em Nova Veneza, e o Sagrada Coração de Jesus, em Içara, é indizível. Ainda mais com as bênçãos dos padres Joel e Antônio Vander.
Também a chegada no espaço Oikos, na zona rural de Criciúma, de onde partimos há sete dias foi divino. A recepção do escalda pés que, pra mim, foi como a cerimônia do lava-pés. Lavação dos pés e chá para relaxar, mas atingiu em cheio a alma. Lava alma.
Minha gratidão. Muita gratidão a tudo que passei. Fica não um adeus, fica, quem sabe, um até logo.
A vida é um palco e nós somos a plateia. Vamos nos movimentar?
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Katia R. Sant Ana, peregrina, de Florianópolis.
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Q lindo
Eu conheci a katia a tempos a trás tiro o chapéu pra ela. Uma guerreira e exemplo de vida, fiz o caminho da fé em março de 2022 caminhei 320km e aprendi mais um objetivo em minha vida q é peregrinar.