Este início de semana e também início do mês de abril de 2022 marcou o que, literalmente, “abriu” o caminho para todo mundo vir percorrer e saborear o Caminho Sagrado (CS). Inicialmente, foi a primeira peregrina de São Paulo, Eva Borchartt, que fez o caminho incompleto, e agora chegam os dois documentos impressos. Tratam-se do “Júbilo” e do “Salvo conduto”.
SALVO CONDUTO
O “Salvo conduto” ou Laissez-passer, é o impresso que substitui o “Passaporte do peregrino”. O objetivo é manter a ideia de algo onde o peregrino vai carimbando no decorrer da jornada, pelo menos uma vez ao dia em cada pousada. Se desejar, também serão aceitas assinaturas e até carimbos dos respectivos comércios onde o caminhante parar.
Como o próprio nome diz, o Salvo Conduto era um documento usado pelos primeiros peregrinos que caminhavam a Compostela. Era dado pelo Bispo da Diocese ou até mesmo pelo padre da Paróquia onde o caminhante participava. Este documento, portanto, era a garantia de que quem o portava era um praticante cristão, católico, e por isso, sua apresentação lhe abria portas e o caminho.
O Salvo Conduto do CS vai garantir descontos nos estabelecimentos credenciados, como pousadas, hotéis, bares, restaurantes. Tem 55 cm de largura, 15 de altura e seis páginas frente e verso. Neste documento, além dos dados de cada peregrino, o caminhante ainda tem um espaço para preencher respondendo esta pergunta: Por que fazer o Caminho Sagrado? Também uma frase de Rumi é destaque no Salvo Conduto, que diz: “Essa é a sua estrada e ela é só sua. Outros podem caminhar com você, mas ninguém pode caminhar por você”.
Um dos membros do Grupo de Comunicação, o vice-presidente, André Marchioro, adianta que, assim como o caminho está vivo e vai se manifestando a cada passo, tanto para o peregrino quanto para o Conselho de Voluntários, também as peças impressas podem ser alteradas. “Criamos o material, imprimimos uma quantidade pequena e agora vamos sentir a percepção dos peregrinos”, comentou ele. “Vamos caminhando, observando, avaliando e fazendo os ajustes necessários para oferecer o melhor para quem vem fazer o Caminho”, finaliza Marchioro.
JÚBILO
O impresso denominado “Júbilo”, portanto, substitui o famoso certificado entregue pela maioria dos caminhos organizados no Brasil e no mundo, com destaque a “Compostela”, no Caminho de Santiago. Ele é em papel com uma gramatura mais grossa, tem o tamanho de uma folha A4.
“Resolvemos denominar assim, de Júbilo, porque avaliamos que a palavra certificado nos parecia aquém do que gostaríamos de dizer”, comenta André Marchioro. Para ele, “júbilo fica muito mais próximo do que queremos nos expressar, embora as palavras são limitadas”.
De acordo com os dicionários, Júbilo, portanto, significa “alegria extrema, grande contentamento; regozijo, que é intensa sensação de prazer. “Sabendo da diferença entre certificado e júbilo, este não fica mais perto do que queremos dizer?”, pergunta Marchioro.